Marcelo Robalinho, da Think Ball, na Arena do Grêmio (Foto: Reprodução/Instagram)
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Empresário sobre a profissão: “Pode ajudar, mas também destruir a carreira do jogador de futebol”

Elogiado algumas vezes, criticado em muitas oportunidades. A profissão de empresário de jogadores de futebol está no imaginário do torcedor brasileiro, uma posição objeto de desejo de muitos que orbitam em torno deste esporte, e que carrega consigo a imagem de status, glamour e dinheiro. Mas será que é assim mesmo que a bola rola para estes profissionais?

Marcelo Robalinho
, há vinte anos no comando da Think Ball, assegura que nem tudo são flores – aliás, está longe de ser, segundo o próprio. Em entrevista ao portal Flashscore, o agente desmistificou diversos temas e conclusões pré-estabelecidas pela opinião pública sobre a ocupação.

A relevância da figura do agente é essencial no meio. Regulamentada pela FIFA com normas e preceitos estabelecidos, a função do agente segue parâmetros, porém, segundo Robalinho, nem todos são absorvidos pelo mercado e pelos próprios atletas. Inclusive, este é fator que pode prejudicar o jogador ao longo de sua carreira, como reflete o profissional.

“Um agente pode ajudar, mas também destruir a carreira de um jogador. Existe um fenômeno cada vez mais presente, apesar de ser proibido, que é o jogador que vende sua representação por um valor X. Isso vai contra a a regulamentação do agente. A FIFA está buscando disciplinar esta situação, é uma realidade de mercado. Muitos atletas são de origem humilde e se apegam a quem oferece uma maior quantia, visando mais o momento do que a solidez da sua carreira. A FIFA exige uma prova para fornecer a licença a um agente de futebol. Na teoria, os clubes deveriam negociar somente com estes profissionais, mas eles e os jogadores não respeitam isso.”, afirmou ao site.

Empresário envolvido em caso que deu o que falar

Representante do lateral-esquerdo Lucas Esteves, Robalinho cita o imbróglio que envolveu a transferência do atleta do Vitória ao Tricolor Gaúcho como exemplo de como um empresário deve ser habilitados e estar sempre preparados para exercer a função dentro do futebol.

“Aprendemos todos os dias. Depois de todos este anos de vivência, me deparei com esta situação do Lucas Esteves, que foi inédita. O Grêmio se dispôs a pagar um valor superior à multa rescisória, mas o Vitória queria receber o valor estabelecido em contrato. O Grêmio depositou o montante, o Vitória devolveu o dinheiro e iniciou-se uma briga insana, resolvida somente com a liminar. São coisas que acontecem e que precisamos encontrar soluções. Até hoje, clubes se deparam com jogadores caros e sem performance, recorrendo à figura do agente para encontrar uma solução, apesar da sua má reputação. Os agentes ajudam muito na visibilidade dos atletas.”, conta.

Por fim, o empresário ainda fala sobre arrependimentos que teve ao longo dos mais de vinte anos de atuação no mercado da bola: “Confiar em clubes e pessoas que não pensaram duas vezes antes de puxar o tapete. Alguns de mau caráter se aproveitaram para levar jogadores para um caminho ruim. O que faz um agente bem sucedido é sua honestidade, honrar com sua palavra.”