Estreante, meio-campista fez ótimo jogo e ditou o ritmo diante do Espérance (Gilvan de Souza/Flamengo)
ClubesColunistasFlamengoFutebolFutebol Brasileiro

Análise | Flamengo: bela estreia no Mundial; Jorginho é destaque

O Flamengo fez sua estreia no Mundial de Clubes com brilho e segurança, vencendo por 2 a 0 o Espérance, da Tunísia. Chama a atenção — e foi um dos grandes destaques da partida — a atuação de Jorginho, novo reforço rubro-negro, que logo em sua primeira aparição deixa claro ter chegado para mostrar muito futebol. Luís Araújo também teve grande atuação: o mais perigoso em campo, fez gol, deu assistência e ajudou na marcação.

Desde o apito inicial, o Flamengo mostrou controle absoluto do jogo. Mas a primeira etapa, diga-se, foi de pouca criação – poderia ter finalizado mais – e teve possibilidades para isso. A equipe tocava com paciência, trocava passes e impunha ritmo, apostando na posse para abrir espaços na defesa tunisiana. Foi exatamente assim que, aos 17 minutos, surgiu o primeiro gol: Arrascaeta recebeu cruzamento primoroso de Varela pela direita, dominou e balançou a rede. Uma construção coletiva que retrata bem o Flamengo paulatinamente assumindo o controle — e Jorginho apareceu para dar cadência a esse movimento.

Mas se a estreia de Jorginho, atuando como segundo volante, serviu primeiro para controlar o jogo, foi no segundo tempo que ele realmente se evidenciou. Aos 25, o meio-campista abriu espaço na entrada da área, fez o passe de primeira para Luiz Araújo receber e soltar um chute indefensável. Assistência precisa, visão de jogo e frieza no último passe — exatamente o que se espera de um maestro em formação. E o gol que definiu os três pontos surgiu quando os tunisianos esboçavam se afeiçoar mais ao jogo, buscando mais presença ofensiva.

Jorginho estreia muito bem e é ótima notícia ao Flamengo

Os números só reforçam o impacto de Jorginho: impressionantes 104 ações com a bola, 93% de precisão nos passes, 3 de 4 bolas longas certas, 3 de 3 duelos ganhos, sem falhas no combate. Estatísticas que revelam seu conforto em campo e inteligência apesar do pouquíssimo tempo de entrosamento. Ele não só se exibiu tecnicamente, mas fez parecer que já jogava naquele meio há meses.

A atuação coletiva também mereceu elogios. O Flamengo dominou a posse com cerca de 70% do tempo em campo, mantendo a pressão e administrando a partida até o segundo gol, fruto da clara superioridade técnica e tática sob o comando de Filipe Luís. O adversário teve pouquíssimas chances — e as poucas que criou foram prontamente contidas pelo goleiro Rossi.

Jorginho mostrou ainda outra faceta essencial: leitura de jogo. Ora freava o ritmo para organizar, ora enfiava passes para acelerar contra-ataques. Essa versatilidade assegura ao técnico uma peça valiosa, capaz de ditar o jogo mesmo em situações de maior pressão.

Em resumo, a estreia do Flamengo no Mundial foi autoritária, e o desempenho do meio-campista recém-chegado merece destaque especial, pela boa apresentação e, sobretudo, pelo o que poderá vir no futuro. Em sua estreia, Jorginho não sentiu o peso da camisa: pareceu em casa, conduziu o time com segurança e mostrou que, bem ajustado, poderá render muito mais dentro do meio-campo rubro-negro.

Resta agora o Fla repetir o nível diante do Chelsea, adversário direto na definição do grupo — mas a mensagem já foi clara: o Flamengo encontrou no italiano-brasileiro um condutor de excelência, à altura da ambição internacional do clube. E ele conhece bem esse adversário.


VEJA TAMBÉM:

Análise: Botafogo estreia com vitória suada no Mundial

Análise: Palmeiras estreia com autoridade no Mundial, mas esbarra na falta de eficiência