Familiares em seleções diferentes: De Zidane a Pogba; confira
O futebol sempre foi um espelho das origens, da cultura e das escolhas que moldam a identidade de cada jogador. E, em alguns casos, essas escolhas se cruzam dentro da mesma família — mas com camisas diferentes. O exemplo mais recente é o de Luca Zidane, que foi convocado pela seleção da Argélia na última Data FIFA de outubro de 2025, optando por representar o país de origem de seus avós. A decisão chamou atenção porque seu pai, Zinedine Zidane, é um dos maiores ídolos da França, campeão mundial em 1998 e símbolo da geração multicultural francesa. Pai e filho agora compartilham o mesmo amor pelo futebol, mas defenderão bandeiras distintas — um caso que se soma a uma lista curiosa de familiares em seleções diferentes espalhados pelo mundo.
O Vai Pro Gol, então, listou uma série de casos similares de parentes que, dentro de campo, defendem outras nações. Confira:
Luca Zidane (Argélia) e Zinedine Zidane (França)

Filho do lendário camisa 10 francês, Luca Zidane decidiu honrar suas raízes ao aceitar defender a Argélia, país natal de seus avós paternos. Nascido na França e formado nas categorias de base do Real Madrid, o goleiro trilhou uma carreira marcada pela ligação com a herança argelina do pai. Já Zinedine Zidane, que nasceu em Marselha e se tornou um ícone francês, sempre foi símbolo da miscigenação cultural que marcou a conquista da Copa de 1998.
Agora, pai e filho representam duas histórias conectadas pelo sangue, mas divididas pelas cores das seleções.
Nico Williams (Espanha) e Iñaki Williams (Gana)

Os irmãos Williams são um dos casos mais emblemáticos de familiares em seleções diferentes do futebol contemporâneo. Filhos de pais ganeses que migraram para o País Basco, Iñaki optou por representar Gana, a terra natal da família, enquanto Nico escolheu vestir a camisa da Espanha, país onde nasceram e cresceram. Ambos brilham no Athletic Bilbao, mas seguiram caminhos diferentes nas seleções.
Mesmo assim, mantêm um vínculo forte e costumam declarar apoio um ao outro, mostrando que a união familiar supera qualquer rivalidade nacional.
Kevin-Prince Boateng (Gana) e Jérôme Boateng (Alemanha)

Os Boateng fizeram história ao se enfrentarem em campo na Copa do Mundo de 2010, em um duelo entre Alemanha e Gana. Filhos de pai ganês e mãe alemã, Kevin-Prince decidiu defender o país africano, enquanto Jérôme optou pela seleção alemã, pela qual conquistou o título mundial em 2014. O contraste entre os dois sempre simbolizou o poder do futebol em conectar culturas e identidades, além de mostrar que o sentimento de pertencimento pode seguir caminhos diferentes dentro de uma mesma família.
Ramiro Funes Mori (Argentina) e Rogelio Funes Mori (México)

Os gêmeos Funes Mori também representam lados diferentes de uma mesma história. Ramiro, zagueiro, vestiu a camisa da Argentina, enquanto Rogelio, atacante, naturalizou-se e passou a defender o México, país onde construiu boa parte da carreira no Monterrey. A escolha de Rogelio foi motivada por gratidão ao país que o acolheu, enquanto Ramiro manteve o vínculo com suas origens argentinas. Hoje, ambos seguem trajetórias bem-sucedidas, mesmo com camisas e hinos distintos.
+ Relacionadas: Curiosidades do futebol
Louis Buffon (República Tcheca) e Gianluigi Buffon (Itália)

Pouco conhecido do público, Louis Buffon, filho mais velho do lendário goleiro Gianluigi Buffon, seguiu um caminho curioso: escolheu defender a República Tcheca, país de origem de sua mãe. Enquanto o pai se consagrou como um dos maiores jogadores da história da Itália, Louis representa a nova geração que vive em um futebol globalizado, onde as raízes se dividem entre fronteiras e afetos. Familiares unidos pelo sangue, mas que optaram por diferentes seleções em suas carreiras.
George Weah (Libéria) e Timothy Weah (Estados Unidos)

A família Weah é outro exemplo marcante. George Weah, lenda do futebol africano, Bola de Ouro de 1995 e atual presidente da Libéria, viu seu filho Timothy escolher um caminho diferente. Nascido em Nova York, Tim Weah optou por representar os Estados Unidos, embora também pudesse defender Libéria, França ou Jamaica. A escolha reflete sua formação, mas o legado paterno segue presente em cada passo de sua carreira.
Granit Xhaka (Suíça) e Taulant Xhaka (Albânia)

Os irmãos Xhaka representam o dilema de muitos jogadores dos Bálcãs. Granit, nascido e criado na Suíça, defende a seleção suíça desde jovem. Taulant, por outro lado, decidiu jogar pela Albânia, país de origem da família. Os dois chegaram a se enfrentar na Euro 2016, em um dos momentos mais simbólicos do torneio. A imagem dos irmãos trocando abraços após o jogo tornou-se um retrato perfeito da mistura de patriotismo, identidade e fraternidade que permeia o futebol moderno.
Ambos também poderiam, inclusive, optar pela seleção do Kosovo.
Florentin, Paul e Mathias Pogba

A família Pogba leva o conceito de diversidade de seleções a outro nível. Paul Pogba, campeão do mundo com a França em 2018, sempre defendeu os “Bleus”, enquanto seus irmãos Florentin e Mathias optaram por representar a Guiné, país natal de seus pais. Mesmo atuando por nações diferentes, os três compartilham o orgulho pelas suas origens africanas e a paixão que herdaram pelo futebol, mostrando que a identidade pode ser múltipla sem deixar de ser autêntica.
VEJA TAMBÉM