Somente a faixa de pedestres separa a casa dos rivais PSG e Paris FC (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
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O inimigo mora ao lado: estádios rivais que são incrivelmente próximos

Em algumas cidades, a rivalidade no futebol ultrapassa os limites do campo — literalmente. Há estádios de clubes rivais que são extremamente próximos, separados por poucas quadras, ruas ou até mesmo por um único muro, onde duas paixões distintas se encontram diariamente. Esses vizinhos indesejados transformam o espaço urbano em um palco constante de disputas simbólicas, em que cada bandeira hasteada ou grito ecoado carrega o peso da rivalidade.

Do interior de São Paulo à Sérvia, passando por Belém do Pará, Argentina, Escócia e até mesmo na Ligue 1 e na Premier League, o Vai Pro Gol listou os estádios rivais mais próximos uns dos outros do futebol mundial.

Seja por acaso histórico ou por escolha estratégica, esses estádios lado a lado tornaram-se marcos de identidade local e combustível para o folclore do futebol. Afinal, quando o inimigo mora ao lado, a tensão — e a paixão — nunca tiram folga.

Estádios de clubes rivais que são muito próximos:

Baenão (Remo) e Curuzu (Paysandu)

Em Belém, estádios de clubes rivais que são muito próximos: Paysandu e Remo dividem a mesma avenida

Se você passar pela Avenida Almirante Barroso em Belém verá o quão perto estão os arquirrivais Remo e Paysandu. Alguns passos e 250 metros separam o Baenão, casa leonina, e a Curuzu, lar do Papão.

Ambos, no entanto, costumam dividir o Mangueirão para mandar a maioria de suas partidas, estádio com capacidade para mais de 50 mil pessoas, para abrigar suas imensas torcidas. Mais “acanhados”, a dupla Re-Pa, portanto, utiliza suas “casas próprias” com menos frequência.

Estádio Brinco de Ouro (Guarani) e Moisés Lucarelli (Ponte Preta)

Brinco de Ouro (Guarani) e Moisés Lucarelli (Ponte Preta) são mais um exemplo de estádios de clubes rivais que são muito próximos

Campinas ferve em dia de Dérbi entre Guarani e Ponte Preta. Embora praticamente vizinhos, a rivalidade, sabemos, é enorme. Somente 650 metros separam o Brinco de Ouro da Princesa do Moisés Lucarelli.

Na Série C deste ano, inclusive, o duelo na casa da Ponte, válida pela última rodada e vencido pelo mandante, definiu a manutenção do Bugre na terceira divisão – a Macaca já estava garantida na Segundona.

CT’S de São Paulo e Palmeiras

Vizinhos e rivais históricos, São Paulo e Palmeiras têm suas sedes extremamente próximas e somente um muro os separa no bairro da Barra Funda

Não é o estádio, mas sim o centro de treinamento de São Paulo e Palmeiras que são próximos. Tão perto que é um muro que separa uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro. Sim, Tricolor e Verdão parede com parede no bairro da Barra Funda.

Estádio Libertadores da América (Independiente) e El Cilindro (Racnig)

Racing e Independiente: estádios de clubes rivais que são muito próximos

Avellaneda é palco de uma das maiores rivalidades da Argentina (e também do mundo). Assim como São Paulo e Palmeiras, Independiente e Racing são vizinhos. Se um muro separa os paulistas, é um campo de treino que divide o vermelho Libertadores da América e o azul Presidente Perón, famoso El Cilindro. Talvez um dos maiores (senão o maior) exemplos de estádios de clubes rivais que são muito próximos!

Anfield (Liverpool) e Goodison Park (Everton)

Estádios de clubes rivais que são muito próximos na Premier League: Anfield (Liverpool) e Goodison Park (Everton).

Menos de um quilômetro de distância. Na terra dos Beatles, essa é a distância das casas dos arquirrivais Liverpool, dono do lendário Anfield, e Everton, que manda seus jogos no Goodison Park. E já que falamos de Beatles, curiosamente, nenhum dos quatro torcia para os Reds, o gigante da cidade (e também da Inglaterra).

Segundo consta, John Lennon e Paul McCartney eram torcedores do Everton, enquanto Ringo torce para o Arsenal. Já George Harrison teria escolhido um clube nada óbvio: Wolverhampton.

Stade Jean-Bouin (Paris FC) e Parc des Princes (PSG)

Na França, PSG e Paris FC vivem a rivalidade da capital francesa literalmente lado a lado.

Dois estádios que quase se tocam, literalmente. Uma faixa de pedestres está entre o Stade Jean-Bouin e o Parque dos Príncipes em Paris. Aliás, o Paris FC, que não o dono do Jean-Bouin, subiu para a Ligue 1 e passará a mandar suas partidas por lá, onde tradicionalmente acontecem muitas partidas de rugby.

O clube retornou a elite depois de 46 anos e fará embates contra o vizinho Paris-Saint Germain. Inclusive, clássicos parisienses é algo que a capital francesa não experimenta desde 1990, quando o PSG e Racing-Paris, outro clube local, se enfrentaram.

Dens Park Stadium (Dundee FC) and Tannadice Park (Dundee United)

Na Escócia, estádios dos rivais Dundee United e Dundee FC são muito próximos.

Na Escócia, os rivais de Dundee ficam a só 100 metros de distância. A capacidade de ambas arenas também é bem próxima: enquanto no Dens Park, do Dundee FC, cabem 12 mil torcedores, no Tannadice Park, do United, cabem 14 mil. A dupla também está empatada em conquistas nacionais. Ao todo, um Campeonato Escocês pra cada lado, uma Copa da Escócia pro Dundee e duas pro rival, porém três Copas da Liga para os Dark Blues e duas para os Tangerines.

Ou seja, placar de 5 a 5 em títulos e tudo igual na vizinhança.

Estádio Uno (Estudiantes) e El Bosque (Gimnasia La Plata)

Para além do clássico entre Racing e Independiente na Argentina, os rivais da cidade de La Plata também estão bem pertinho. O estádio Jorge Luis Hirschi (popularmente conhecido como Uno) e o Juan Carmelo Zerillo (apelidado de 
El Bosque), são protagonistas do Clássico Platense entre Estudiantes e Gimnasia.

City Ground (Nottingham Forest) e Meadow Lane (Notts County)

Na Inglaterra, mais uma dupla rival que convive muito perto: Nottingham Forest e Notts County. Enquanto o Forest disputa a Premier League no seu City Ground, o “primo pobre” da cidade está na League Two, a quarta divisão nacional. Porém, é dono do moderno Meadow Lane. O Rio Trent está entre eles, mas a distância é de 270 metros. O Forest, inclusive, ostenta um título inglês (1977/78) e dois da Champions (1978/79 e 1979/80).

Fundado em em 1862, o Notts County, aliás, é o clube de futebol profissional mais antigo do mundo.

Marakana (Estrela Vermelha) e Partizan Stadium (Partizan)

Durante os anos 1990, a Sérvia ganhou o apelido de “Brasil dos Bálcãs” devido ao estilo de jogo que apresentam os times e a seleção daquela região da Europa (à época, ainda pertencente à antiga Iugoslávia).

Inclusive, o apelo e admiração ao nosso futebol é tão presente, que o estádio do Estrela Vermelha tem o apelido de Marakana, em alusão ao nosso Maracanã. E fica a cerca de 700 metros da casa do Partizan. Os dois clubes, historicamente, dominam o futebol sérvio e possuem uma das maiores rivalidades do mundo.

Vila Belmiro (Santos) e Ulrico Mursa (Portuguesa Santista)

Embora a rivalidade entre Santos e Portuguesa Santista tenha ficado no passado, os clubes da principal cidade da Baixada Santista têm os estádios rivais extremamente próximos (400 metros). Ambos travaram embates fervorosos, sobretudo nas décadas de 1950 e 1960. A rivalidade até este período se manteve forte, mas com o declínio da Briosa, os confrontos ficaram cada vez mais raros.

Depois de 1978, por exemplo, o Clássico da Praia chegou a ficar 18 anos sem acontecer em torneios oficiais, retornando somente no Paulistão de 1997. O último duelo entre eles foi no Estadual de 2006, inclusive, com vitória da Portuguesa Santista, por 2 a 1.


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