Base do Palmeiras se consolida ano a ano como a melhor do Brasil
A melhor base do Brasil, sim, é a do Palmeiras. Quatro vezes campeão do Campeonato Brasileiro Sub-20, sendo três nos últimos quatro anos. Terça à noite (26), dia em que completou 11 anos, o Verdão superou o Red Bull Bragantino, no Allianz, e levantou mais uma taça – já são incontáveis as conquistas das categorias de base do clube na última década.
Um sucesso que reflete para além do campo, impacta direta e positivamente nas finanças, na autoestima do torcedor, da instituição. E, porque não, na do elenco principal também. Isso porque muitos garotos vêm sendo aproveitados ao longo dos anos, sobretudo no período Vanderlei Luxemburgo em sua última passagem e, claro, na presente Era Abel. O treinador é quem mais utilizou as canteiras alviverdes em seu elenco – já foram mais de 30. E quantos foram os garotos oriundos da base cruciais nas muitas conquistas do profissional sob a batuta do português…
Desde que João Paulo Sampaio assumiu o Centro de Formação de Atletas, ou seja, o comando das categorias de base, o Verdão é o grande nome nacional na formação. Talento que se transforma em troféus, e consolida o Palmeiras (que até então sofria com sua base incipiente) como o maior campeão de torneios oficiais do Brasil. Com João Paulo, duas Copas São Paulo, quatro Campeonatos Brasileiros Sub-20, dois Brasileiros Sub-17, duas Copas do Brasil Sub-20 e quatro Copas do Brasil Sub-17.
Há oito anos, o clube lidera o ranking de atletas convocados para a base da Seleção Brasileira somando todas as categorias.
Base do Palmeiras: máquina de revelar jogadores e fazer dinheiro
Na última década, para se abster ao recorte que marca a grande virada de gestão palmeirense, o clube revelou Vitor Reis, vendido ao Manchester City como o zagueiro mais caro da história do futebol brasileiro; Danilo, volante de extremo talento negociado com o Nottingham Forest, e hoje no Botafogo, o meia Luis Guilherme, que está no West Ham… Endrick e Estêvão, então, dispensam comentários. A soma da venda de ambos para Real Madrid e Chelsea, respectivamente, supera os R$700 milhões. Assim o Palmeiras lidera o ranking das maiores vendas da base brasileira. A dupla é a grande sensação da geração que superou a marca de R$ 1 bilhão aos cofres do Maior Campeão do Brasil.
O impacto é enorme. Ou seja, em uma comparação simples, mas não menos importante, para se ter uma ideia, nenhuma SAF no país foi mais cara que a dupla Endrick-Estêvão. Por exemplo, John Textor adquiriu a SAF do Botafogo, em 2022, por R$700 milhões, mesmo valor que o Grupo City pagou ao Bahia. A do Galo custou R$600 milhões, Ronaldo Fenômeno aportou R$400 milhões no Cruzeiro.
Sem falar em Arthur, Fabinho, Gabriel Menino, Jhon Jhon, Kevin, Patrick de Paula, Vanderlan, entre outros. Todos campeões na base, no profissional, e que renderam milhões em vendas e mecanismos de mais-valia. O elenco atual ainda tem Benedetti, Naves (vinculado ao clube, emprestado à Europa, mas com alto potencial de lucro), Allan, Luighi e Thalys…
Pra ficar só entre Sub-17 e Sub-20, caras como Gilberto, Coutinho, Erick Belé, Riquelme Fillipe, Dourado, Wesley Lima, Juan Francisco, Guilherme Lira, Kauan. A lista é enorme – guarde esse nomes.
Tem segredo?
O que está acontecendo no futebol brasileiro é bem claro. No sábado (23), o Flamengo conquistou o Mundial Sub-20 diante do Barcelona e, poucos dias depois, na terça-feira (26), o Palmeiras levantou o tetra brasileiro da mesma categoria. Enquanto se insiste em discutir apenas dinheiro, patrocínios ou contratos de TV (que são importantíssimas receitas, obviamente), a realidade é que Flamengo e Palmeiras são, de longe, os clubes grandes mais bem estruturados do país. Não por acaso, são também os maiores campeões da última década. Cada um com seu estilo de gestão e de jogo, mas ambos empilhando taças, seja no profissional, seja na base. O curioso, e certamente pouco inteligente, é que nenhum outro clube brasileiro parece disposto a copiar essas fórmulas vencedoras.
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